Banca de QUALIFICAÇÃO: TEREZA CRISTINA DOS SANTOS LEAL MARTINS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : TEREZA CRISTINA DOS SANTOS LEAL MARTINS
DATA : 13/12/2023
HORA: 08:00
LOCAL: Sala 01 do Prédio Dárdano de Andrade Lima
TÍTULO:

Expansão geográfica, flutuação sazonal e utilização de recursos tróficos pela espécie invasora Drosophila nasuta no Brasil


PALAVRAS-CHAVES:

Invasões biológicas, sítio de criação larval, frutos exóticos e nativos, biomas Brasileiros.


PÁGINAS: 108
RESUMO:

O aumento das invasões biológicas, impulsionado pelo transporte internacional associado ao
comércio e turismo, é uma ameaça substancial à biodiversidade global, saúde humana e
economia. Espécies invasoras, adaptando-se rapidamente e sem predadores naturais, competem e
hibridizam-se com as nativas, levando à homogeneização biótica e redução da biodiversidade.
Além dos impactos ecológicos, as invasões biológicas afetam a saúde humana, podendo
transmitir doenças. Na agricultura, espécies invasoras, reconhecidas como pragas, resultam em
perdas econômicas expressivas. Drosophila nasuta, mosca asiática invasora, colonizou
extensivamente o Brasil em menos de uma década, apresentando alta abundância em áreas
invadidas, principalmente em florestas preservadas. Apesar de estudos em alguns biomas, como
a Floresta Atlântica, a falta de monitoramento em regiões como o Pantanal, destaca lacunas na
compreensão da ecologia da espécie. Estudos de modelagem ecológica indicam parâmetros que
impulsionam a expansão de D. nasuta, alertando para sua possível disseminação no continente
americano, mas há escassez de informações sobre o uso de recursos tróficos nas áreas invadidas.
No presente estudo, investigamos a expansão de D. nasuta no Brasil, os usos de recursos tróficos
utilizados por essa invasora no país e a compreensão sobre a preferência sazonal dessa espécies
em vários biomas brasileiros. Para expansão e sazonalidade as coletas de drosofilídeos foram
realizadas através de armadilhas com isca de banana. Para os sítios de criação larval, nas áreas
estudadas foram recolhidos frutos caídos no solo e distribuídos em frascos contendo vermiculita
expandida, os mesmos foram vedados, as moscas emergidas, foram retiradas com aspirador
bucal e transferidas para tubos com etanol absoluto. As identificações dos drosofilídeos foram
feitas através de chaves de identificação. Como resultados da expansão de D. nasuta no país,
realizamos o primeiro registro da invasora no bioma Pantanal, em uma localização a mais de mil
quilômetros do registro anterior mais próximo no bioma do Cerrado. Realizamos o mesmo para
de D. nasuta na Floresta Atlântica nos estados da Paraíba e Bahia, e relatamos sua introdução na
Floresta Amazônica no estado do Amazonas, a aproximadamente 700 quilômetros dos registros
anteriores. Em relação aos recursos tróficos, diversos frutos foram examinados quanto à sua
capacidade de servir como sítio de criação larval para drosofilídeos, revelando uma
predominância expressiva de espécies invasoras de drosofilídeos nas áreas investigadas,
predominando as espécies Zaprionus indianus, Drosophila malerkotliana e D. nasuta. A
abundância e diversidade de espécies exóticas emergindo dos frutos foram consistentemente
superiores às espécies nativas. A análise de sobreposição de nicho indicou diferenças notáveis
nas interações das espécies nativas e exóticas, havendo uma clara inclinação das espécies
invasoras por frutos não nativos, contrastando com as preferências das espécies nativas.
Referente a sazonalidade, até o momento, foram identificados 40 táxons de drosofilídeos,
totalizando 39.855 espécimes em oito áreas. O Pantanal apresentou a maior abundância,
enquanto a Caatinga exibiu a maior diversidade, com 32 espécies. Cerca de 72% dos exemplares
foram espécies invasoras, predominando em todos os biomas estudados. A sazonalidade
influenciou a distribuição de D. nasuta, sendo mais abundante na estação seca na Amazônia e
Pantanal, e na estação chuvosa no Cerrado e Caatinga. D. nasuta, tem mostrado seu potencial
invasor ampliando sua presença no Brasil, utilizando sítios de criação larval em frutos nativos e
exóticos, como, acerola, cajá, noni, carambola. No presente momento não foi observado um
padrão sazonal único para a espécie, mas sim distinções sazonais entre os biomas da Amazônia e
Pantanal em comparação com o Cerrado e Caatinga. Dado o impacto que as espécies invasoras
de drosofilídeos têm causado no país, compreender todos os aspectos biológicos descritos no
presente estudo é de extrema relevância.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - RITA DE CASSIA PEREIRA DE LIMA
Interna - JACQUELINE SANTOS SILVA CAVALCANTI
Externo à Instituição - JOÃO DE ANDRADE DUTRA FILHO - UFPE
Notícia cadastrada em: 13/12/2023 07:28
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