Banca de QUALIFICAÇÃO: MARIA CECILIA SANTANA DE LIMA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARIA CECILIA SANTANA DE LIMA
DATA : 28/02/2023
HORA: 15:00
LOCAL: meet.google.com/odt-jmjm-zpp
TÍTULO:
Petroquímicos em ecossistemas de ervas marinhas: revisão sistemática

PALAVRAS-CHAVES:

Angiospermas marinhas; Derramamento de óleo; Petroquímicos; Biorremediação; Fisiologia; Comunidades associadas.


PÁGINAS: 28
RESUMO:

Derramamentos de óleo afetam severamente os ecossistemas costeiros em todo o mundo,
como os das angiospermas marinhas. No entanto, para avaliar o dano real, a natureza do
acidente, a relação com o óleo e o tempo de resposta da limpeza são aspectos essenciais
devido às características únicas de cada acidente. Após o grande derramamento de óleo
na costa brasileira em 2019, notamos que não havia consenso sobre o real impacto
causado pelo óleo nos prados, então este trabalho teve como objetivo examinar o efeito
do óleo nos ecossistemas de angiospermas marinhas. Seguindo o protocolo Prisma, a 

busca de revisão sistemática identificou 107 estudos que atenderam aos critérios de busca
e foram selecionados para a leitura completa. Após a aplicação de todos os critérios de
elegibilidade, foram selecionados 63 estudos que abordavam os efeitos de petroquímicos
em aspectos morfofisiológicos; parâmetros populacionais de ervas marinhas; efeitos na
fauna associada; microrganismos; e uso da planta como biorremediação. A maioria dos
estudos foi realizada nas biorregiões Atlântico Tropical (n= 28) e Indo-Pacífico Tropical
(n= 13), seguidas pelo Mediterrâneo (n= 11), respectivamente. Das 86 espécies de ervas
marinhas, 17 espécies pertencentes a 9 gêneros foram envolvidas nos estudos. Os gêneros
Thalassia (n=17) e Halodule (n=13) foram os mais estudados mundialmente, seguidos
por Zostera com 14 estudos, Posidonia e Syrindodium (n=10, cada). Os demais gêneros
incluíram Halophila (n=6), Ruppia (n=5), Enhalus (n=3) e Cymodocea (n=1). As espécies
dos gêneros Amphipolis, Thalassodendron, Heterozostera, Phyllospadix e Nanozostera
não foram estudadas nas publicações analisadas. Cerca de 19% das publicações
abordaram os efeitos diretos nas ervas marinhas após os acidentes com petróleo, e 62%
foram experimentos de laboratório usando petróleo bruto, óleo diluído (óleo +
dispersantes) e dispersantes. Os contaminantes petroquímicos podem afetar as ervas
marinhas reduzindo sua biomassa, alterando a fotossíntese e as trocas gasosas ou
bioacumulando HPAs (Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos) em seu organismo.
Essa contaminação modifica seu funcionamento fisiológico, podendo causar um efeito na
cascata trófica e mortalidade associada aos organismos que dependem desse ecossistema.
Pudemos verificar que os prados de angiospermas marinhas intertidais sofrem mais com
o impacto do derramamento de óleo do que as espécies subtidais. Também pudemos notar
que as plantas podem ser afetadas duas vezes em um acidente de óleo, primeiro com a
chegada do material tóxico e depois pelo processo de limpeza, que pode ser feito
manualmente ou com dispersantes. Como os dispersantes tornam os HPAs mais

disponíveis no ambiente, isso afeta a saúde das plantas e da comunidade associada. As
espécies intertidais são mais sensíveis ao uso de dispersantes, enquanto as espécies
subtidais resistem mais. Nosso estudo destaca o uso das angiospermas marinhas como
biorremediação de HPAs, especialmente quando biocarvão ou folhas mortas são
recomendadas. Os efeitos adversos causados por petroquímicos nas populações dessas
plantas têm efeitos temporários, mostrando recuperação em poucos meses. Novas
pesquisas são necessárias para abordar lacunas importantes, como o efeito que esses
contaminantes podem causar na comunidade associada, bem como monitoramento
imediato com curtos intervalos de tempo para analisar a recuperação desse ecossistema.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - EDSON RÉGIS TAVARES PESSOA PINHO DE VASCONCELOS
Externa à Instituição - KCRISHNA VILANOVA DE SOUZA BARROS
Interno - MARCUS VINICIUS LOSS SPERANDIO
Notícia cadastrada em: 17/02/2023 07:57
SIGAA | Secretaria de Tecnologias Digitais (STD) - https://servicosdigitais.ufrpe.br/help | Copyright © 2006-2024 - UFRN - producao-jboss12.producao-jboss12