DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA, MODELAGEM DE NICHO ECOLÓGICO E TAXONOMIA DE ESPÉCIES ENDÊMICAS DE MANIHOT MILL. NO NORDESTE DO BRASIL
Crotonoideae ∙ Status de conservação ∙ Riqueza ∙ Tipificação
O gênero Manihot Mill. (Euphorbiaceae) destaca-se por sua importância cultural, econômica e social, inclui cerca de 150 espécies e possui distribuição Neotropical. As espécies endêmicas de Manihot constituem um patrimônio genético vegetal que pode ser utilizado em programas de melhoramento da espécie cultivável Manihot esculenta Crantz (mandioca). No entanto, populações selvagens, especialmente as endêmicas, estão sob constante ameaça devido à destruição de habitat e mudanças climáticas. O objetivo deste estudo foi elaborar uma sinopse florístico-taxonômica, para avaliar o estado de conservação, a distribuição e a riqueza das endêmicas de Manihot no Nordeste do Brasil; também reconhecer os problemas de tipificação e propor as soluções. O estudo foi baseado na análise de exsicatas depositadas em herbários nacionais e internacionais, bem como em observações de campo. Quinze espécies endêmicas de Manihot foram encontradas, e cinco espécies foram lectotipificadas. A maioria dos táxons estão distribuídas no estado da Bahia, apenas uma espécie foi encontrada nos estados de Sergipe e Alagoas. Os táxons foram registrados na Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. A área de maior riqueza de táxons endêmicos de Manihot foi encontrada na Serra do Espinhaço (setor Bahia), e estão associadas ao Parque Nacional da Chapada Diamantina. Em termos de estado de conservação, 80% das espécies estão em alguma categoria de ameaça, 13% estão na categoria de quase ameaçadas e apenas 7% estão na categoria de menor preocupação.