Banca de DEFESA: GIULIA DE ANDRADE LIMA BERTOTTI

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GIULIA DE ANDRADE LIMA BERTOTTI
DATA : 30/06/2022
HORA: 09:00
LOCAL: meet.google.com/bzj-wniz-nce
TÍTULO:

ANÁLISE DE HIDROCARBONETOS E ELEMENTOS TRAÇO EM TECIDOS DE TARTARUGAS MARINHAS NO NORDESTE DO BRASIL


PALAVRAS-CHAVES:

Testudines, Petróleo, Impacto Ambiental


PÁGINAS: 84
RESUMO:

No segundo semestre de 2019 foi documentada a poluição por petróleo cru em 882 localidades
costeiras do Nordeste, ambiente fundamental para a reprodução e desenvolvimento das
tartarugas marinhas, animais que percorrem toda a costa brasileira e encontram-se em ameaça
de extinção a nível estadual, nacional e mundial. O contato direto ou indireto com as substâncias
presentes no petróleo pode causar diversos danos à saúde desses animais, como ineficiência de
órgãos vitais e bioacumulação de compostos tóxicos. Hidrocarbonetos e elementos-traço são
algumas das substâncias presentes no petróleo capazes de trazer sérios riscos à saúde das
tartarugas marinhas, com isso, torna-se necessário avaliar a presença desses compostos nos
organismos, que no processo de transferência de energia, pode acarretar danos para todo o
ecossistema. A partir disso, o objetivo deste trabalho foi realizar a análise qualiquantitativa de
hidrocarbonetos e elementos-traço em diferentes tecidos de tartarugas marinhas encalhadas no
litoral do Nordeste do Brasil, antes (2016-2018) e depois (2020-2021) do desastre ambiental do
derramamento de petróleo de 2019. Foram coletados 44 animais entre 2016 e 2018 (Grupo 1)
e 38 entre 2020 e 2021 (Grupo 2), os quais foram encontrados mortos ao longo de praias do
litoral nordestino. Os animais foram recolhidos e transportados para LEHP da UFRPE e para o
PCCB na UERN, onde foi realizada a identificação e a medição biométrica dos animais. Todos
os indivíduos do Grupo 1 foram identificados como Chelonia mydas e apresentaram média de
61,65 cm e 57,64 cm para o CCC e LCC respectivamente. No Grupo 2, 79% foram identificados
como Chelonia mydas, 15% como Lepidochelys olivaceae e 11% como Caretta caretta. As
medidas biométricas (CCC e LCC) apresentaram médias de 61,65 cm e 57,64 cm. Em seguida,
foi feita a dissecação para remover amostras de fígado e de musculatura esquelética dos
animais. As amostras foram submetidas à homogeneização e posteriormente armazenadas em

recipientes de vidro. As amostras do Grupo 2 foram encaminhadas para o LabMAM – PUC-
Rio onde foi realizada a análise dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), através

de extração do fígado pelo método Sohxlet e extração do músculo pelo método QuEChERS. A
identificação e quantificação dos HPAs foi realizada por GC-MS, utilizando o método de
calibração interna. As amostras do grupo 1 e 2 foram enviadas para o CENAPESQ – UFRPE
onde foi feita a quantificação dos elementos Al, Cd, Co, Cr, Cu, Mn, Mo, Ni, Pb e Zn, através
de digestão úmida em forno digestor microondas PROVECTO 3000 e espectrometria de
absorção atômica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES). Para o grupo 2, foram
identificados 40 HPAs nos tecidos analisados, no qual a média do somatório dos HPAs totais
foi de 202,21 ng/g para o fígado e 231,10 ng/g para o músculo. os Naftalenos, Pireno,
Fenantreno e Fluorantreno os mais abundantes, os quais indicam a contaminação dos animais
por resíduos derivados do petróleo. A porcentagem de HPAs alquilados, que também indica a
presença do petróleo, foi alta tanto no fígado (48,24%) quanto no músculo (41,03%). Não foi
identificada diferença significativa nas concentrações de HPAs observadas nos diferentes
tecidos, no entanto, a análise de cluster separou as amostras em dois perfis de contaminação,
um petrogênico e outro pirogêncio. Quanto aos elementos-traço, foram identificados 10
minerais nos diferentes tecidos analisados dos animais pertencentes aos Grupo 1 e 2. Para os
dois grupos, os elementos mais abundantes foram Zn, Al, Cu e Ni, no entanto, para o grupo 2,
além dos elementos citados as concentrações de Pb também apresentaram altas quantidades em
relação aos demais. Os dois grupos analisados apresentaram maiores concentrações no fígado
do que no músculo tendo o Grupo 1 apresentado maiores concentrações quando comparado ao
Grupo 2. Ambos os grupos não demonstraram diferenças significativas entre as medidas
biométricas dos animais e a concentração de substâncias.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - SIMONE ALMEIDA GAVILAN
Externo à Instituição - GILVAN TAKESHI YOGUI
Interno - 1436044 - GERALDO JORGE BARBOSA DE MOURA
Notícia cadastrada em: 28/06/2022 07:58
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