Elicitação com peróxido de hidrogênio nas respostas fisiológicas, bioquímicas e no perfil de óleo essencial de Lippia grata Schauer submetidas à restrição hídrica.
Elicitor; Déficit hídrico; Metabólitos secundários; Estresse oxidativo
Diversas espécies do gênero Lippia, pertencente à família Verbenaceae, vêm sendo
utilizadas na medicina popular por suas atividades biológicas e terapêuticas, devido ao potencial
bioativo dos seus óleos essenciais, os quais são produzidos pelo metabolismo secundário das plantas
e são essenciais para a geração de produtos farmacêuticos, alimentícios, cosméticos e agroquímicos.
Algumas condições ambientais ou substâncias químicas podem induzir a produção de compostos do
metabolismo secundário, dentre elas o peróxido de hidrogênio (H2O2), que é uma espécie reativa de
oxigênio, atua regulando uma variedade de mecanismos fisiológicos importantes e vem sendo
utilizado como elicitor, devido a capacidade de estimular mecanismos de defesa, acarretando aumento
de metabólitos secundários e aclimatação de plantas a estresses. Neste sentido, o presente trabalho
avaliou a influência do peróxido de hidrogênio quanto aos parâmetros biométricos, bioquímicos e no
perfil do óleo essencial da espécie Lippia grata submetidas a restrição hídrica. Para isso plantas de L.
grata foram pulverizadas com H2O2 nas concentrações 0,675μM; 1,35μM L
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e o controle (0μM) e
em seguida submetidas em três regimes de rega: 25%, 50% e 75% durante 60 dias. A aplicação foliar
do H2O2 foi relevante no incremento do PSPA (50% e 0,675μM L
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), prolina, MDA e redução do teor
relativo de água (25% e 1,35μM L
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) em plantas de L. grata, além disso as duas concentrações de
H2O2 influenciaram positivamente no acúmulo de α-Pineno (75% de rega), myrceno, p-cymeno (75%
e 50% de rega), α-terpineno e γ-terpineno (50% de rega), sendo o acúmulo mais acentuado com
1,35μM L
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de H2O2. As restrições hídricas foram deletérias no crescimento e desenvolvimento das
plantas de L. grata, sendo expressos através da redução de crescimento (25%) e produção de ramos
(50% e 25%) independente da concentração de H2O2, redução de TRA, aumento de MDA e prolina
(25% e 1,35μM L
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), inibição da produção de α-pineno, myrceno, α-terpineno (25% de rega
independente do H2O2), além de reduzir o acúmulo de p-cymeno e γ-terpineno quando comparados
aos tratamentos com 75% em plantas de L. grata, porém não houveram indícios de estresse oxidativo
severo nas plantas avaliadas, essa observação pode estar relacionada a elicitação com o H2O2 e ao
fato de a espécie L. grata ser endêmica de regiões semiáridas do nordeste do Brasil.