DISTRIBUIÇÃO ALFA E BETA DE ORGANISMOS AQUÁTICOS: UMA REVISÃO GLOBAL SOBRE OS PADRÕES LATITUDINAIS E ALTITUDINAIS
altitude, variabilidade climática, regra de rapoport, zooplâncton, macrófitas
Embora o potencial da altitude como proxy para investigar o efeito de fatores abióticos sobre a riqueza de
espécies tenha sido amplamente usado na ecologia a mais de duas décadas, nenhum mecanismo único
parece adequado para explicar como esses fatores moldam a estrutura das comunidades. Desse modo,
diferentes grupos biológicos podem responder de maneira particular às mudanças ambientais. Realizamos
uma revisão sistemática e uma meta-análise com o objetivo de identificar os fatores que afetam a riqueza
de espécies de macrófitas e zooplâncton ao longo de gradientes altitudinais. Especificamente, testamos a
(i) se o aumento da altitude reduz a riqueza de macrófitas e zooplâncton através de mudanças nas condições
climáticas e (ii) se a redução da latitude (i.e., dos pólos em direção ao equador) aumenta a riqueza de
macrófitas e zooplâncton através de mudanças das condições climáticas. Não encontramos relação entre
altitude e riqueza de espécies para zooplâncton e macrófitas. Porém, os moderadores climáticos foram
importantes para o zooplâncton. A correlação negativa entre riqueza e altitude foi mais intensa em locais
com maior amplitude da altitude e com maiores latitudes médias. Achamos também que estudos com maior
amplitude da temperatura possuem uma relação positiva entre riqueza e altitude somente para Cladocera.
Por outro lado, nenhum moderador explicou a relação entre altitude e riqueza de macrófitas. Discutimos as
potenciais implicações dos nossos resultados baseado nos mecanismos da Regra de Rapoport e sugerimos
que as múltiplas facetas da biodiversidade devem ser consideradas em conjunto para fornecer um panorama
mais refinado do padrão de distribuição de espécies ao longo do gradiente altitudinal em resposta a fatores
climáticos.