Morfologia funcional de estiletes em Senna aversiflora (Leguminosae)
Cassiinae; Enantiostilia; Funcionalidade.
Espécies do gênero Senna apresentam enantiostilia e flores com rica diversidade morfológica.
As flores apresentam anteras poricidas e são polinizadas por abelhas capazes de vibrar os
estames (polinização por vibração). O estudo foi realizado na Reserva Biológica de Pedra. Esta
dissertação apresenta-se dividida em dois capítulos. O primeiro tem como objetivo investigar a
proporção de morfos florais a partir da avaliação morfológica e funcional em três espécies de
Cassiinae. Nossa hipótese é que a proporção de morfos é semelhante na avaliação morfológica,
e distinta na avaliação funcional, com a presença do morfo central. Nossos dados mostram que,
na avaliação morfológica, a proporção de flores esquerdas e direitas foi semelhante. No entanto,
os morfos esquerdo FE, FC e FD ocorreram em proporções diferentes em todas as espécies,
com a variação e sobreposição do posicionamento do estigma dos morfos MD e ME ocorrendo
de forma distinta nas três espécies. Os resultados observados corroboram a nossa hipótese e
indicam o que parece ser um padrão na proporção de morfos florais em espécies enantiostílicas
monomórficas de Cassiinae. Por outro lado, a alta variação e sobreposição dos posicionamentos
dos estiletes, precisam ser melhor investigadas para termos o real entendimento das pressões
seletivas que as conduziram e também sua funcionalidade, podendo ter como significado um
maior aproveitamento do pólen no corpo do polinizador. O segundo capitulo tem como objetivo
investigar a influência das morfologias do estilete e estigma na eficiência da captação de pólen
nos corpos dos polinizadores em Senna aversiflora., seguindo as hipóteses: 1- Estiletes com
maior tamanho, curvatura e estigmas de maior área capturam maior quantidade de pólen e
apresentam maior amplitude de captação; 2- Flores com estiletes maiores e mais curvados,
apresentam maior número de grãos de pólen, oriundos da autopolinização, em seus estigmas.
A partir dos resultados preliminares foi verificado variações na superfície da área de contato do
estigma (0,001mm - 0,019mm) e no número de grãos de pólen encontrado nos estigmas (0-
139), além disso ocorreu variações na amplitude de captação de pólen feita pelos estigmas
(0,214mm - 4.940 mm) e variação nos pontos de coleta, alcançando todos os 11 pontos
preestabelecidos.