OBTENÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA DE COMPLEXO DE INCLUSÃO CONTENDO O MONOTERPENO CÂNFORA EM β-CICLODEXTRINA.
Monoterpenos, Cânfora, β-Ciclodextrina, Nocicepção, Dor Orofacial
Os produtos naturais têm surgido como uma alternativa na busca de novos fármacos para o tratamento da dor. A incorporação das ciclodextrinas (CDs) em sistemas farmacêuticos é uma estratégia promissora para produção de novos fármacos, no incremento da solubilidade, estabilidade e biodisponibilidade de medicamentos. Dessa forma, foi avaliado a atividade antinociceptiva de cânfora (CF) e seu complexo de inclusão em β-ciclodextrina (CF- βc). O complexo cânfora em β-ciclodextrina foi preparado a partir das misturas físicas dos componentes CF e βc e posteriormente foi liofilizado. A caracterização físicoquímica do complexo foi realizado por Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier (FT-IR), Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e Docking Molecular. Para a avaliação antinociceptiva, os camundongos foram tratados com as doses de 200 e 400 mg/kg, v.o de CF e CF-βc, nos seguintes modelos farmacológicos: contorções abdominais induzido por ácido acético, teste de formalina e nocicepção por calor (placa quente). Na elucidação do mecanismo de ação da atividade antinociceptiva de CF, alguns antagonistas farmacológicos foram utilizados através do teste de formalina. Cânfora e CF- βc apresentaram efeito antinociceptivo, envolvendo as vias opioide, serotoninérgica (5HT3), canais para potássio sensíveis ao ATP (KATP) e receptores muscarínicos. Também foi investigado a atividade antinociceptiva orofacial de CF e CF-βc, induzido por formalina, capsaicina e glutamato, em que foi evidenciado o efeito antinociceptivo orofacial, possivelmente envolvendo os receptores opióide e TRPV1. A avaliação pelo teste de rota rod e campo aberto não evidenciou alteração no controle motor. Dessa forma, os resultados apresentam o potencial terpêutico de cânfora para obtenção de produtos farmacológicos no tratamento de dor.