APLICAÇÃO DE BIOSSURFACTANTE MICROBIANO NA FORMULAÇÃO DE UM PRIMER ECOLÓGICO INIBIDOR
DE CORROSÃO METÁLICA.
Biossurfactante; Pseudomonas cepacia; Corrosão Metálica;
Biofilme; Água do Mar.
A corrosão é um desafio crítico em indústrias que operam em ambientes marinhos, afetando a integridade estrutural de metais e aumentando os custos operacionais. Métodos convencionais de controle, como inibidores químicos, frequentemente apresentam desvantagens ambientais e econômicas devido à sua toxicidade e baixa biodegradabilidade. Neste estudo, o potencial de um biossurfactante produzido por Pseudomonas cepacia CCT 6659 como inibidor de corrosão para superfícies metálicas foi avaliado, tanto como um agente de proteção direta quanto como um componentechave na formulação de um primer anticorrosivo ecologicamente correto. O biossurfactante foi produzido com sucesso a partir de substratos de baixo custo, e sua estabilidade foi aprimorada por meio de métodos de conservação otimizados. Ensaios de exposição em água do mar estéril e “ in natura” demonstraram sua capacidade de inibir a corrosão formando uma barreira protetora contra agentes agressivos. Em condições estáticas, o biossurfactante formulado (1:5) reduziu significativamente a perda de massa em amostras de aço carbono (119,718 g/m²) em comparação ao controle (280,281 g/m²). Em condições dinâmicas, a formulação de biossurfactante (1:2) foi a mais eficaz, reduzindo a corrosão para 578,873 g/m² em comparação com 901,408 g/m² no controle. A análise microbiológica revelou que o biossurfactante impactou negativamente o crescimento de bactérias redutoras de sulfato, os principais agentes responsáveis pela MIC. A microscopia eletrônica de varredura (MEV) confirmou modificações na adesão microbiana e na formação de biofilme, reduzindo os efeitos da corrosão localizada. Além disso, o primer formulado demonstrou forte adesão, durabilidade de longo prazo e baixa toxicidade ambiental, tornando-o uma alternativa viável aos revestimentos
convencionais. Aplicações de campo em ambientes estuarinos e de mar aberto validaram sua eficácia, mostrando desempenho comparável ou superior aos produtos anticorrosivos comerciais. Essas descobertas destacam o potencial dos biossurfactantes microbianos como soluções sustentáveis para inibição da corrosão, promovendo o desenvolvimento de revestimentos protetores ecologicamente corretos, ao mesmo tempo em que reduz o impacto ecológico e garante a longevidade de estruturas metálicas em ambientes marinhos e industriais.