DESENVOLVIMENTO DE FIBRA ELETROFIADA CONTENDO NAFTOIMIDAZOL FLUORESCENTE PARA EMPREGO COMO
TERANÓSTICO ANTINEOPLÁSICO.
Naftoazóis. Naftoimidazol. Câncer. Eletrofiação. Teranósticos antineoplásicos.
O câncer apresenta elevadas taxas de incidência e mortalidade associados à sua ocorrência. Atualmente, a quimioterapia antineoplásica assim como o seu diagnóstico apresentam limitações, sendo atraente o desenvolvimento de agentes mais efetivos. Dentre as estratégias utilizadas, tem-se a abordagem teranóstica, caracterizada pela união da terapia e técnicas de diagnóstico em um único sistema. Os naftoazóis são candidatos promissores para atuarem como agentes teranósticos, uma vez que apresentam elevada atividade antineoplásica assim como capacidade de emitir fluorescência. Dessa forma, propôs-se o desenvolvimento de uma fibra pH dependente, produzida por eletrofiação contendo naftoazol derivado da α-lapachona para ser empregada como agente teranóstico anticâncer e fluorescente utilizado após ressecção de tumores. Os naftoazóis foram sintetizados a partir da reação de Debus- Radziszewski, utilizando a -lapachona como arcabouço estrutural. Foram obtidos quatro naftoazóis, denominados, sendo dois naftoimidazóis (IM3 e IM4) e dois naftoxazóis (OX4 e OX5). O naftoazóis foram obtidos com rendimentos 25,4 e 43,9% e tiveream suas estruturas confirmadas por Ressonância Magnética Nuclear (RMN) e espectroscopia de Massas (EM). Realizou-se a caracterização físico-química e térmica dos naftoazóis por análises de infravermelho (FT-IR), Difração de Raio-X (DRX) e análises de Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) e Termogravimetria acoplada a Análise Térmicas Diferencial (DTA). Também foram realizados testes para desenvolvimento do método de quantificação por CLAE-DAD e ensaios de solubilidade. Os naftoazóis sintetizados também foram avaliados quanto a potencial aplicação destes como componentes de nanoteranósticos anticâncer, onde observouse que o naftoimidazol IM4 exibe maior aplicabilidade como componente terapêutico, enquanto os naftoxazóis demonstraram propriedades fotofísicas mais atraentes. Sendo assim, IM4 foi empregado para produzir uma fibra pH-dependente, produzida por eletrofiação e empregando Eudragit® L100 como polímero. A fibra foi obtida com uma taxa de carreamento de 2,79 ± 0,19% (m/m) de IM4 e foi caracterizada por MEV, FTIR, RMN, análises térmicas de TG e DSC, e ensaios de dissolução em duas faixas de pH (7,4 e 6,8). Os ensaios demonstraram que a fibra apresentava tamanho em escala de micrometros, com formato cilíndrico regular, característico do Eudragit® L-100 eletrofiado e os sinais de IM4 foram identificados por 1H RMN e por HPLC, bservou-se uma liberação rápida entre 15 e 20 minutos para os meios pH 6,8 e 7,4, respectivamente. As propriedades apresentadas por NFIM4, a fibra produzida, fazem dela uma promissora fibra para uso como teranóstico após remoção cirúrgica de tumores.