PRODUÇÃO DE UM FILTRO BIOTECNOLÓGICO PARA SEPARAÇÃO ÁGUA-ÓLEO UTILIZANDO MEMBRANAS DE CELULOSE BACTERIANA (BIOFILTRO)
celulose bacteriana, biotecnologia; filtro oleofóbico, efluentes oleosos
O mercado petrolífero é o ramo da indústria mundial que mais polui e destrói o meio ambiente, já que a poluição não ocorre somente a partir de trabalhos específicos com óleos e graxas, mas em todos os segmentos industriais. Tendo em vista que tais danos causados por esse segmento são presentes em todos os países do mundo, e que a legislação de cada um desses países exige que as empresas realizem tratamentos de separação da mistura água e óleo antes do descarte em efluentes ou reutilização da água no processo da empresa, o presente estudo tem como objetivo produzir um filtro biotecnológico com membranas de celulose bacteriana (CB) produzidas pela bactéria Komagateibacter hansennii UCP1619 usando o meio de cultivo padrão HS e pelo consórcio microbiano (SCOBY) em um meio alternativo produzido com Camellia sinensis (chá verde) para separar óleos presentes em efluentes industriais reais. Aliada à produção das membranas, foram também desenvolvidas algumas versões de protótipos de módulos de suporte para as membranas denominados “BIOFILTROS”, a partir de estudos fluidodinâmicos e modelagem computacional em escala de bancada e piloto. Após esses testes, o módulo mais eficiente em relação à vazão e pressão foi utilizado para a realização do tratamento dos efluentes. Esta pesquisa pode demonstrar que a CB é eficaz quando utilizada como membrana de separação para nanofiltração, retendo contaminantes oleosos (~99%), reduzindo a cor e particulados do efluente, além de eliminar a carga microbiológica em quase sua totalidade (~99%), graças a suas diversas características como ser formada unicamente por celulose e pela presença de grupamentos hidroxila (OH) em sua composição, alta taxa de degradabilidade térmica, tendo sua maior perda de massa entre 245 e 400oC, fibras de aproximadamente 84 nm evidenciadas pelas micrografias tiradas entre 5000 e 160000 vezes e suportando uma deformação máxima média de 100,85% com carga máxima de 6,94N nos ensaios de tração e 27,36% com carga máxima de 4538,74N nos ensaios de compressão. Além disto, o filtro simulado computacionalmente por meios de softwares de fluidodinâmica computacional foi usinado utilizando materiais diversos para o processo, empacotado com a membrana de CB produzida e testado para a filtração de efluentes provenientes da empresa SUAPE Ambiental. As membranas após o processo de filtração foram também analisadas para a comparação de suas características antes e após a sua saturação com óleo. As caracterizações de microscopia óptica, MEV, FTIR, DRX e TGA demonstraram a presença do óleo no interior da membrana pós filtração. Os picos característicos da sua composição química e ainda redução na cristalinidade (40%). No TGA houve um aumento dos estágios de degradação térmica de três (pré) para cinco (pós-filtração), esse aumento é um indicativo da retenção do óleo contaminante pela CB. A combinação entre as membranas de CB e o filtro modelado se provou ser um material inovador e eficaz para as indústrias, facilitando e trazendo um menor custo para as mesmas se manterem dentro das atuais políticas de preservação ambiental de tratamentos de efluentes, sendo necessários ainda estudos de aumento de escala de filtração.