DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIA ANALÍTICA VISANDO A QUANTIFICAÇÃO DE DROGAS ILÍCITAS EM ÁGUAS SUPERFICIAIS AVALIANDO O IMPACTO DO CARNAVAL DE RECIFE-OLINDA
Drogas ilícitas, águas superficiais, extração em fase sólida, contaminantes emergentes, GC-MS.
O alto consumo de drogas durante os períodos festivos, combinado com a ausência de
processos de remoção dessas substâncias na estação de tratamento de águas residuais,
como também, a descarga direta de efluentes domésticos nos rios, pode resultar na
contaminação de ambientes aquáticos por drogas ilícitas (DI). Neste estudo, foi
desenvolvido e validado um método analítico para determinar DI e metabólitos em
águas superficiais de importantes sistemas aquáticos da região metropolitana do Recife,
Pernambuco, em trechos dos rios Beberibe e Tejipió. O método de preparo de amostras
por extração em fase sólida foi otimizado usando um planejamento 2 3 fatorial completo,
visando avaliar as condições de volume da amostra, solvente de
condicionamento/eluição e etapa de lavagem dos cartuchos. A análise instrumental foi
realizada por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (GC-MS), com
foco em cocaína (COC), metanfetamina (MANF), 3,4-metilenodioximetanfetamina
(MDMA) e os metabólitos benzoilecgonina (BE), cocaetileno (CEE) e 11-nor-9-
carboxi-∆9-tetrahidrocanabinol (THC-COOH). O método foi validado quanto à
linearidade, precisão, exatidão e limite de quantificação (LOQ) e aplicado em dezoito
amostras de água superficiais coletadas durante o Carnaval e durante períodos de
referência (sem eventos). A COC e seu metabólito BE foram detectados em 100% das
amostras, com concentrações máximas de 951,6 ng L -1 e 744,1 ng L -1 , respectivamente,
no rio Beberibe durante o carnaval. O metabólito THC-COOH foi identificado em 72%
das amostras, com uma concentração máxima de 177 ng L -1 durante o período festivo. O
MDMA foi quantificado em 38% das amostras, com uma concentração máxima de 19,3
ng L -1 . Foram obtidos valores de quociente de risco (RQ) superiores a 0,1 para THC-
COOH e COC, sugerindo um risco moderado para os organismos aquáticos, ressaltando
assim a importância de monitorar a contaminação nos sistemas aquáticos em eventos
festivos.