ESTUDO METABOLÔMICO DE PLANTAS QUE OCORREM EM PERNAMBUCO PARA CONTROLE SUSTENTÁVEL DA Plutella xylostella
Inseticida; Controle de praga; Produtos naturais; Composição química
A Plutella xylostella é uma praga que causa prejuízos na produção de Brassicas no Brasil e no Mundo. O seu controle é realizado por aplicações de inseticidas sintéticos, mas devido à capacidade de adaptação e resistência da praga, cada vez mais se faz necessárias doses maiores e com maiores frequências, resultando em vários problemas ambientais. Alternativamente, formulados a base de extratos e óleos essenciais oriundos de plantas como Lippia gracilis, Ocimum basilicum var. minimum e Ocimum gratissimum, vêm sendo apontadas como potenciais inseticidas naturais. Porém, é sabido que a composição química desses produtos oriundos de plantas pode sofrer variações de acordo com fatores externos. Desta forma uma investigação com uma abordagem metabolômica permite identificar a condição ideal para estimular a produção de compostos bioativos com potenciais inseticidas. Assim, objetivou-se para esse trabalho potencializar, através de condições simuladas de estresses bióticos e abióticos, a produção de metabólitos bioativos em espécimes de L. gracilis, O. basilicum e O. gratissimum. As plantas estressadas foram analisadas empregando técnicas metabolômicas e seus óleos obtidos foram avaliados quanto sua toxicidade para controle da P. xylostella. As espécies foram cultivadas em condições controladas divididas em grupos e submetidas a diferentes estresses: Predação manual (PM), metil jasmonato (MJ), salicilato de metila (SM), ultravioleta (UV), predação herbívora (PH), escassez hídrica (EH), excesso hídrico (ExH) e sem estresse (Controle). Os óleos foram obtidos por meio de hidrodestilação. A composição química foi determinada por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (GC-MS). Os resultados dos óleos foram analisados através das técnicas estatísticas de PCA, Heatmap e rede molecular. A atividade inseticida foi avaliada através do teste de concentração letal média (CL50) e inibição da enzima acetilcolinesterase (AChE). O estudo de PCA, Heatmap e rede molecular apontaram diferenças qualitativas e quantitativas na composição química dos óleos. O carvacrol foi constituinte majoritário em todos os óleos de L. gracilis, com maior percentual no estresse UV (64,12%). Para espécie O. basilicum, o (E)-metil-cinamato foi identificado como constituinte majoritário em todos óleos com exceção para as espécies estressadas por PH (43,48%) e ExH (40,18%) que revelaram o metil chavicol como constituinte majoritário. Para o óleo de O. gratissimum, o eugenol foi o majoritário em todos os óleos. Porém, observou-se um aumento significativo no percentual de γ-himachaleno para as espécies estressadas por UV (21,23%). Todos os óleos apresentaram atividade inseticida sobre a P. xylostella. Os óleos também mostraram atividade sobre a enzima acetilcolinesterase com destaque para os óleos estressados por PM das espécies L. gracilis e O. gratissimum e o óleo estressado por MJ da espécie O. basilicum. Portanto, verificou-se que os estresses bióticos e abióticos causam modificações quantitativas e qualitativas na composição química dos OE’s das espécies estudadas e também se diferenciam nas atividades inseticidas testadas.