Composição química, atividade inseticida e acaricida de espécies de plantas do gênero Xylopia que ocorrem em Pernambuco
óleos essências; extratos; atividade inseticida; atividade antioxidante; atividade citotóxica; Plutella xylostella; Tetranychus urticae.
O gênero Xylopia apresenta uma grande diversidade de compostos químicos voláteis e fixos de interesse industrial devido a diversas propriedades biológicas como atividade antimicrobiana, antifúngica, antitumoral, antioxidante, antibacteriana, inseticida, entre outras. Dentre esses compostos podemos destacar aqueles pertencentes à classe química dos monoterpenos, diterpenos, sesquiterpenos, flavanóides e alcaloides. Plutella xylostella e Tetranychus urticae são pragas agrícolas responsáveis por sérios danos a diversas culturas de importância econômica mundial como: tomate, morango, mamão, algodão, feijão e plantas ornamentais. O controle dessas pragas vem sendo realizado através da aplicação de inseticidas convencionais como o Decis® e Orthus®. Porém o uso indiscriminado desses inseticidas vem causando contaminação do meio ambiente, das plantações e permitindo o surgimento de populações resistentes a seus princípios ativos. Desta forma, uma alternativa a esses inseticidas convencionais é o uso de inseticidas de origem botânica (óleos essenciais, extratos ou compostos puros) como aqueles produzidos por espécies do gênero Xylopia. Para o presente trabalho foram obtidos os óleos essenciais e extratos de quatro espécies do gênero Xylopia (X. sericea, X. frutescens, X. aromatica e X. brasiliensis). O óleo foi obtido por hidrodestilação e analisado por cromatografia de gás e espectrometria de massa (CG-EM). Os constituintes majoritários identificados nos óleos essenciais das folhas de X. sericea, foram o E-cariofileno (28,46%), germacreno D (22,45%), trans-β-guaieno (20,57%), nas folhas de X. frutescens, foram: mirceno (29,70%), β-pineno (14,31%) e silvestreno (10,27%). Com relação aos óleos das sementes de X. aromatica, os constituintes majoritários, foram: β-pineno (17,22%), mirceno (13,63%), 1,8-cineol (11,88%) e β-elemeno (7,96%). Já para o óleo essencial das folhas de X. brasiliensis foram identificados germacreno D (33,84%), elemol (18,56%), biciclogermacreno (7,29%), cis-β-guaieno (5,00%). Dentre os óleos e extratos testados, o óleo de X. sericea foi considerado o mais tóxico para larvas de P. xylostella (CL50 = = 21,05 μl/ml) e T. urticae (CL50 = 16,38 μl/ml) apresentando menor valor estimado de CL50. Dentre os extratos, X. frutescens foi considerado o mais tóxico para larvas de P. xylostella (CL50 = 60,51 μl/ml) e T. urticae (CL50 = 11,51). As misturas binárias do óleo essencial (X. sericea) e composto puro (ácido xylopico) demonstrou efeito sinérgico para as proporções 9:1 e 7:3 frente a P. xylostella e para os extratos de X. frutescens e X. aromatica as proporções 9:1 e 6:4 apresentou forte e moderado sinergismo, respectivamente. Os óleos e extratos se mostraram ativos na via enzimática acetilcolinesterase. Os óleos e extratos também revelaram propriedades antioxidantes e citotóxicas frente A. salina L. Todos os óleos essenciais e extrato testados revelaram moderada ou baixa citotoxicidade frente Artemia salina. Todos os óleos essências e extratos apresentaram atividade antioxidante. Esses resultados preliminares mostram que os óleos e extratos oriundo das espécies aqui testadas são promissores para seu uso no controle de Plutella xylostella e Tetranychus urticae.