POTENCIAL INSETICIDA E ANTIOXIDANTE DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE ESPÉCIES DO GÊNERO Eugenia (Myrtaceae) SOBRE A TRAÇA DAS CRUCÍFERAS (Plutella xylostella)
Composição química; Letalidade; Ação antioxidante; Eugenia; Plutella xylostella.
Culturas agrícolas constantemente sofrem danos causados por insetos-praga, os lepidópteros, por sua vez tem causado prejuízos substanciais aos produtores. Plutella xylostella, se apresenta como a mais importante espécie nociva ao desenvolvimento agrícola das Brassicas, tendo como principal mecanismo de controle o uso de inseticidas químicos, os quais tem apresentado desenvolvimento de resistência, além de contaminação de solos e toxicidade sobre organismos não-alvo. O presente trabalho tem por objetivo, investigar o potencial inseticida dos óleos essenciais das folhas de diferentes espécies de Eugenia, sobre a traça das crucíferas, além de relatar sua ação antioxidante e composição química. Os óleos das Eugenias, exibiram rendimento que variam de 0,05% a 0,82%, além de serem caracterizados com elevado perfil de sesquiterpenos. O óxido de cariofileno (25,20%) assumiu a posição de majoritário no óleo de E. dysenterica, já o terpenóide longipinanol (15,01%) em E. klotzschiana, assim como o espatulenol (12,71%) para E. langsdorffii foi o constituinte principal, o sesquiterpeno oxigenado curzereno (37,52%) se revelou para E. uniflora, enquanto o E-cariofileno (51,39%) para E. uvalha. Todos os OEs apresentaram ação antioxidante inferior aos controles através do método DPPH e ABTS, o que mostrou baixa capacidade de captura de radicais livres. Os resultados obtidos através do bioensaio de toxicidade larval, demonstraram, para o óleo das folhas de E. uniflora, uma concentração média letal de 1,88 μL/mL, o qual revelou maior potencial letal que os produtos comerciais Azamax® (CL50 = 5,04 μL/mL) e Decis® (CL50 = 9,24 μL/mL). Os demais óleos de Eugenia apresentaram valores superiores neste teste. Sobre a fase de ovo de P. xylostella, os tratamentos utilizados se mostraram mais tóxicos, pitangueira (CL50 = 0,02 μL/mL) reafirmou sua maior letalidade ao passo que E. dysenterica (CL50 = 1,28 μL/mL) e Azamax® (CL50 = 1,07 μL/mL) não diferiram estatisticamente. Na análise do efeito deterrente alimentar, E. klotzschiana apresentou efeito atrativo, enquanto que cagaita (DA50 = 0,15 μL/mL), pitanga (DA50 = 0,13 μL/mL) e uvaia (DA50 = 0,15 μL/mL) reduziram em 50% a alimentação, porém não diferindo estatisticamente.