ESTUDO COMPUTACIONAL DA FORMAÇÃO DE O-GLICOSÍDEOS- 2,3-INSATURADOS VIA REARRANJO DE FERRIER
Estudo computacional. Rearranjo de Ferrier. O-glicosídeos-2,3- insaturados
Estudamos a formação de novos O-glicosídeos-2,3-insaturados via rearranjo de Ferrier utilizando cálculos de estrutura eletrónica aos níveis B3LYP/6-31g+, B3LYP/LAN2DZ, PBEPBE/6-311g, Hartree-Fock/6-311g e AM1. Analisamos três fatores que podem induzir a formação majoritária do anômero α pelo rearranjo de Ferrier como a contribuição da hiperconjugação, repulsão do grupo acetóxi com o nucleófilo e a formação de intermediários de assistência anquimérica. Utilizamos a energia eletrônica total para descobrir qual anômero tem menor repulsão eletrônica e a variação da energia livre de Gibbs para propor qual intermediário é mais provável de participar do rearranjo de Ferrier, sendo o intermediário de assistência anquimérica em C3 o escolhido devido ao seu valor de variação de energia livre de Gibbs ser negativo enquanto que os outros intermediários apresentam a variação da energia livre de Gibbs positiva. Os resultados mostram uma maior energia de ligação entre o nucleófilo e o grupo acetoxi em C6 na região superior para a formação do β-glicosídeo, o que corrobora e justifica o argumento para a formação do intermediário de assistência anquimérica em C3 na face superior, contradizendo a hipótese de que o nucleófilo é repelido pelo grupo acetóxi. Analisando as cargas antes e depois da formação dos O-glicosídeos-2,3-insaturados nota-se que o modelo de hiperconjugação do efeito anomérico não é um fator decisivo para a formação preferencial do anômero α. Por fim, dentre todos os fatores, o fator mais plausível que favorece a formação preferencial do anómero α é a formação espontânea do intermediário em C3, que impede a formação do anómero β.