ESTUDO METABOLÔMICO DE Piper marginatum QUE OCORRE EM PERNAMBUCO PARA CONTROLE SUSTENTAVEL DA Plutella xylostella.
Brassica, Croacina, (E)-isoelemicina, Exalatacina
Piper marginatum é uma planta conhecida por apresentar uma alta produção de OE além de ter metabólitos secundários com atividades inseticidas. Entretanto, quando a planta é submetida a fatores bióticos e abióticos a composição química desses OEs pode mudar. Essa variação da composição química pode afetar as propriedades biológicas e o poder inseticida que o óleo de P. marginatum apresenta sobre a Plutella xylostella. A P. xylostella é uma praga agrícola que ocorre em espécies de Brassica, causando danos aos agricultores, levando a perda total da produção de Brassica. Atualmente o controle dessa praga é através de inseticidas sintéticos. Porém, o uso indiscriminado desses inseticidas acarreta no desequilíbrio do ecossistema, contaminação do solo, surgimento de gerações resistentes e causando doenças neurodegenerativas aos aplicadores. Nesse estudo, indivíduos de P. marginatum foram cultivados sobre diferentes condições de estresse, afim de realizar um mapeamento do seu perfil químico através de técnicas metabolômicas, verificar o seu potencial isenticida sobre as larvas da P. xylostella. 27 espécimens de P. marginatum foram divididos em 9 grupos. Esses grupos foram submetidos a condições de estresses exposição a radiação UV, aplicação de elicitores, predação mecânica, décifit hidríco, escassez hidríca e diferentes pH do solo. Os OE’s do grupo controle e da P. marginatum estressada foram obtidos por hidrodestilação. Análise por CG-EM das diferentes condições de estresse revelou como constituintes majoritários croacina, (E)-isoelemicina, (Z)-isoelemicina, exalatacina e (E)-cariofileno. Esses resultados mostram que sob diferentes condições de estresse a P. marginatum apresentou variações qualitativas e quatitativas na sua composição química de OE. Com o objetivo de avaliar o potencial inseticida dos diferentes OE’s de P. marginatum, foi realizado teste de contato residual frente as larvas de P. xylostella. O bioensaio de contato residual revelou uma concentração letal média (CL50) de 0,34 μL/mL. O OE das folhas de P. marginatum foi 8 vezes mais tóxico para a praga do que o inseticida comercial Azamax®. Esses resultados indicam que o OE de P. marginatum tem potencial para se tornar um produto de origem natural para o controle de pragas importantes no cultivo de Brassica.