ESTUDO DO CONTROLE GLICÊMICO MEDIANTE UTILIZAÇÃO DE COMPLEXOS DE OXIDOVANÁDIO(4+) VISANDO MINIMIZAR O FENÔMENO DE RESISTÊNCIA PERIFÉRICA À INSULINA CAUSADOS PELO TRATAMENTO COM DEXAMETASONA
Dexametasona, resistência periférica à insulina, oxidovanádio(4+), composto antidiabético
A diabetes é uma problemática mundial responsável por mais de 6 milhões de mortos por ano, sendo a resistência periférica à insulina (RPI) um fator determinante para esses números. Durante a pandemia de COVID-19, diversos pacientes desenvolveram RPI devido ao tratamento das cascatas inflamatórias serem feitas através do uso do glicocorticoide dexametasona. Com o intuito de investigar as potencialidades dos compostos de oxidovanádio(4+) na redução de fatores que desencadeiam o fenômeno de resistência periférica a insulina pelo uso de dexametasona, neste trabalho foi sintetizado e caracterizado um novo complexo de vanádio. A síntese do composto de oxidovanádio(4+) foi realizada em três etapas, sendo a primeira a formação do glicinato de sódio em aproximadamente 24h, cuja análise via espectroscopia no infravermelho apresentou bandas de C=O e C-O em 1556 e 1271 cm-1, respectivamente. Foi observada a supressão da banda larga de ácido, restando apenas a banda de NH2 em ν 3427 cm-1, o que corroboram com a formação do glicinato de sódio. Posteriormente, a segunda etapa reacional constou da formação do ascorbato de sódio, o qual apresentou bandas de C=O, C-O e C=C em 1703, 1577 e 1124 cm-1, respectivamente, no espectro de infravermelho. Houve a supressão da banda de -OH da lactona em ν 3408 cm-1, a qual corrobora com a formação do ascorbato. A última etapa foi a síntese do complexo de oxidovanádio(4+), onde foi utilizado um mol de cada ligante previamente desprotonado em meio metanólico, com adição controlada de sulfato de oxidovanádio. A reação foi mantida por 24h, e após o tempo reacional foi evaporado o solvente e o complexo foi lavado e caracterizado. O espectro de absorção eletrônica apresentou máximo de absorção em 783 nm, o qual foi fotoestável em até 48h, sem supressão da banda de V(4+) ao final do teste, conferindo estabilidade ao complexo frente a oxidação V4+/V5+. O espectro no infravermelho do complexo apresentou bandas de C=O e C-O em 1504 e 1313 cm-1, respectivamente. Observou-se o aparecimento de bandas de NH2 e OH em 3379 e ν 3209 cm-1, do ânion glicinato; além das bandas C=O e C-O em 1789 e 1103 cm-1, respectivamente. O aparecimento de bandas também foi observado de C=C em 1622 cm-1, uma banda larga de OH, e a banda característica do grupo oxidovanádio(4+) em 966 cm-1. O voltamograma do complexo apresentou um pico anódico de oxidação V(4+)/V(5+) próximo à região do pico do VOSO4 em solução tampão fosfato pH = 7, o que indica a presença de espécie VO2+ no complexo formado em meio aquoso. O RMN 51V não apresentou picos no complexo, comprovando a ausência da espécie V(5+) e V(3+). O EPR do complexo confirmou a presença de V(4+), com a presença das oito linhas hiperfinas. Concomitantemente, a curva de TG apresentou o Primeiro evento próximo de 100 ºC referente a perda de moléculas de água de hidratação, com 5,47% de perda de massa. O segundo e o terceiro evento relacionam-se com a degradação do complexo. O resíduo final correspondeu a 19,70%, correlacionado com a formação do VO (20,00%).