ESTUDO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE ESPÉCIES CONVOLVULACEAE E AVALIAÇÃO ACARICIDA SOBRE
Tetranychus urticae KOCH
PALAVRAS-CHAVES: Tetranychus urticae, óleos essenciais, extratos etanólicos, atividade acaricida, contato residual.
O Tetranychus urticae Koch conhecido como ácaro-rajado causa danos significativos em grande número de cultivos agrícolas em todo o mundo. Seu controle é realizado principalmente por meio da aplicação de inseticidas comerciais. Estes inseticidas acabam atingindo também organismos não alvos, causando contaminação do solo, nas plantações, intoxicações nas equipes de campo, além de serem responsáveis pelo surgimento de populações de T. urticae resistentes. Pesquisadores investigam compostos biologicamente ativos para o controle de pragas agrícolas, a partir de óleos essenciais e extratos de plantas. Desta forma, na busca de um inseticida botânico foram selecionadas cinco espécies de Convolculaceae: Distimake aegyptius, Distimake macrocalyx, Ipomoea bahiensis, Ipomoea imperati e Ipomoea triloba. Essas espécies são de comum ocorrência em fragmentos de Mata Atlântica de Pernambuco. Óleos essenciais (OE) e extratos etanólicos das cinco espécies selecionadas foram obtidos, e suas composições químicas foram analisadas através das técnicas de CLAE-EM. Através da técnica de hidrodestilação os OE foram extraídos das folhas e flores, onde foram identificados 117 e 84 compostos, respectivamente. Os óleos revelaram em suas composições compostos pertencentes às classes dos monoterpernos e sesquiterpernos. Os compostos majoritários identificados nas folhas foram: D. aegyptius, (Z)-γ-bisaboleno (35,06%), D. macrocalyx, cis-β-guaieno, (44,43%), I. bahiensis, (Z)-cariofileno, (65,02%), I. imperati, limoneno, (36,35%) e a I. triloba, γ-muuroleno, (48,14%). Nas flores apresentaram os compostos majoritários: D. aegyptius, (Z)-8-hidroxi-linalool, (26,77%); I. bahiensis, β-funebreno, (59,44%); I. imperati, β-acorenol, (11,87%); e na I. triloba, cis-muurola-4(14),5-dieno, (30,73%). A análise dos extratos das folhas foi realizada por CLAE e CG-EM e apresentaram compostos da classe química de terpenoides, compostos fenólicos, fenilpropanoides, entre outros. A análise de PCA apresentou diferenças significativas correspondentes à composição química dos OE e extratos de cada espécie. O bioensaio acaricida de contato residual revelou, após 24h de exposição, baixa toxicidade dos OE foliares das espécies D. aegyptius e D. macrocalyx, quando comparados ao controle positivo usado nos testes Azamax®. Por outro lado, as CL50 estimadas demonstraram toxicidade dos extratos etanólicos da D. macrocalyx (17,31mg/mL), I. bahiensis (12,69mg/mL), I. imperati (14,37mg/mL) e I. triloba (5,95mg/mL) frente ao T. urticae.