MEMÓRIAS EM CALEIDOSCÓPIO: O sertanejo e o Sertão em Ulysses Lins de Albuquerque
Sertão, sertanejo, memória, narrativa, lugar
Esta tese visa caracterizar e refletir a narrativa sobre o sertão e o sertanejo na obra memorialística de Ulysses Lins de Albuquerque (Um Sertanejo e o Sertão, Moxotó Brabo e Três Ribeiras). Temos como objetivo refletir sobre a construção da identidade narrativa de Ulysses Lins sobre o sertanejo e o sertão na sua obra memorialística, comparando com os conceitos de espaço, lugar, tempo, experiência (erfahrung), vivência (Erlebnis) e memória coletiva, a fim de provar que sua escrita é uma reconstituição de época baseado na experiência pessoal onde se desenvolve a ideia de que a memória se faz e traça sua identidade narrativa. A pergunta norteadora da pesquisa é: Como as suas memórias e as memórias de seus interlocutores impactaram na formação da identidade narrativa de Ulysses Lins sobre o sertanejo e o sertão, e, sobre suas representações sociais, culturais, históricas e geográficas do sertão? No caminho investigativo, utilizamos a hermenêutica fenomenológica de Paul Ricoeur (2007; 2010). Abordamos o caleidoscópio como uma representação da narrativa memorialística de UL. Nesta, a memória, seria o tubo preenchido pequenos fragmentos de vidro colorido (lembranças) e três espelhos (lugar, tempo e narrativa). Assim, a memória parte do local, do regional que não só estão em um lugar, em um espaço, como voltados para um lugar e um espaço. O fato de ele mesmo ter vivido muito dos acontecimentos que narra não é o que determina a sua posição como agente narrativo, mas a inteligência de fazer do relato uma travessia temporal.