Cotidiano, rotinas administrativas e contestações na Casa de Detenção do Recife (1945-1964)
Cotidiano, rotinas administrativas, Casa de Detenção do Recife
As prisões desempenharam diversos papeis ao longo da história, ao passo de que se tornavam cada vez mais presentes em debates políticos, sociais e científicos, que pretendiam reforma-la, superá-la ou até mesmo interpretá-la a partir dos frutos que podiam oferecer. De fato, tais edifícios ocuparam o centro e o protagonismo das mais diversas proposições narrativas, no entanto, aqui gostaríamos de encarar estas instituições “completas e austeras”, não apenas como o espaço mais indicado para que sejam executadas as penas de privação de liberdade, mas como um laboratório privilegiado que amplifica as relações sociais à enésima potência, tornando-se capazes de fabricar quantidades exponenciais de informações sobre os apenados, formando “em torno deles um aparelho completo de observação, registro e notações, constituindo sobre eles um saber que se acumula e se centraliza”.