Aqui a História é outra:
Adolescentes privados de liberdade, Ensino de História e Justiça Social
Ensino de História, Adolescentes privados de Liberdade, Justiça Social
Este trabalho de tese objetiva construir uma narrativa sobre Adolescentes privados de liberdade, Ensino de História e Justiça Social na Unidade da Funase de Garanhuns, no agreste do Estado de Pernambuco. Para tanto, a pergunta que buscamos responder é: quais os sentidos os meninos privados de liberdade atribuem ao Ensino de História aprendido na escola da Funase de Garanhuns? Logo, o objetivo geral proposto é pesquisar como se aprende e se ensina História na Unidade socioeducativa de privação de liberdade em Garanhuns e quais os sentidos atribuídos ao Ensino de História pelos meninos privados de liberdade. A tese central aqui defendida é de que não existe uma escola na Funase e sim uma escola da Funase, e sendo da Funase ela opera na manutenção de uma lógica do sistema socioeducativo e não consegue garantir aos meninos o pleno acesso e a permanência escolar. Mesmo sendo esta um direito obrigatório, se insere no conjunto de políticas negligenciadas para os meninos em conflito com a lei, além de um contexto de exclusão, é também marcado por constantes violências, dentro de uma perspectiva menorista e punitivista. Mobilizo um conjunto de fontes que serão cotejadas numa perspectiva etnográfica: Documentos Oficiais e Institucionais, História Oral, Documentação Narrativa das Paredes e Grupo Focal. Busco respaldo teórico nos estudos do mexicano Sebastián Plá que articula Ensino de História e Justiça Social e aos escritos do Joan Pagés que defende um Ensino de História para a cidadania democrática. Levando em consideração as normativas legais, nosso recorte temporal é a lei 12.594 de 2012, que regulamenta o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativa – Sinase, como política pública para adolescentes em confliot com a lei. Problematizar uma Ensino de História que se aproxime de uma educação como Justiça Social na privação de liberade, exige reconhecer que os meninos vivenciam muitas desigualdades e ela não deixa de existir enquanto cumpre uma medida, na maioria das vezes essa desigualdade é acentuada. Desse modo, com mais perguntas que respostas fica a indagação: Como pensar um ensino de história para um justiça social se não há justiça social na forma como este ensino é desenvolvido? Uma vez que a escola da instituição não é possibilidade de sucesso, não na forma que ela tem sido desenvolvida, ela tem denunciado seu fracasso nos moldes de que ela é acessada, ou melhor, da forma que ela é negada a esses meninos.