ECOS DA MODERNIDADE: TRANSFORMAÇÕES CADENCIADAS NO COTIDIANO DE ITABAIANA – PB (1901-1920)
Cidade; Modernidade; Itabaiana; Cotidiano; História Cultural.
A cidade é um objeto de estudo constante nas ciências humanas e sociais. Toda a estrutura
citadina que compõe o ambiente urbano possui problematizações a serem trabalhadas por
vários olhares da ciência. Ao propor uma abordagem da cidade voltada para a História
Cultural, o historiador busca compreender os detalhes além do que é visto superficialmente,
torna-se necessário questionar o objeto, ou seja, a cidade, para que se obtenha detalhes
oriundos à esfera cultural. Não é possível isolar apenas uma área da História, sendo assim, se
dá ênfase a uma delas, mas não se exclui as demais, é necessário um diálogo entre essas áreas
para que a narrativa se torne consistente, dessa forma, a escrita de uma História Cultural da
cidade também traz elementos sociais, econômicos e políticos. Por mais que a historiografia
das cidades esteja repleta de estudos sobre os grandes centros urbanos, percebe-se lacunas
quando se trata de cidades menores, como é o caso do objeto de pesquisa desse trabalho: a
cidade de Itabaiana. Esse trabalho guiou-se no objetivo de detectar as mudanças e
permanências nos aspectos culturais e estruturais da cidade de Itabaiana, na Paraíba, durante
parte do século XX (1901-1920). Situada no agreste paraibano, Itabaiana teve sua ocupação
no período colonial, a feira de gado que se instaurou no local foi atraindo pessoas e
contribuindo para que, pouco a pouco, o centro urbano fosse formado. Logo após a
Proclamação da República, a cidade tornou-se emancipada e com isso, diversas modificações
foram sendo feitas em sua estrutura, o que afetou não só a paisagem, mas também o modo de
se experienciar a cidade, o seu cotidiano. A cidade de Itabaiana, assim como outras várias
cidades do Brasil, no início do século XX, experimentou o processo de chegada dos signos do
moderno, o trem, a energia elétrica e entre outros fatores, evidenciavam a chegada da
modernidade na cidade. Com esse novo advento, o cotidiano se transforma, a cidade passou a
viver em um ritmo mais acelerado, com isso novas formas de se portar na cidade surgiram,
importados de outros grandes centros urbanos que já viviam os ares modernos. Fontes
primárias para a pesquisa, fotografias, jornais e obras literárias da época evidenciaram o
cotidiano vivido no recorte temporal trabalhado. Tais tipos de fonte exigem que o historiador
as observe com cautela, uma vez que são imbuídas em subjetividades e intencionalidades a
serem percebidas com o olhar técnico do pesquisador. Essas subjetividades, quando
identificadas, tornam-se aliadas à pesquisa sobre o cotidiano e a História Cultural da cidade,
que tornam possível, constatar os impactos gerados, no cotidiano, pela chegada da
modernidade na cidade de Itabaiana no início do século XX. Como advento, a modernidade
foi o principal agente transformador da paisagem e do cotidiano da cidade de Itabaiana nas
duas primeiras décadas do século XX.