OS COLETIVOS DE SAPATÃO EM RECIFE: ATIVISMO E RESISTÊNCIAS
Sapatão, Artivismos, Dissidências sexuais e de gênero, Organização coletiva
Este estudo tem como objetivo principal investigar como ações artivistas estão sendo
desenvolvidas por coletivos "sapatão" em Recife. O trabalho se concentra em três
coletivos: "Monstruosas", "Distro Dysca" e "Ocupe Sapatão". Esta tese se utiliza uma
abordagem etnográfica virtual para mapear a ocupação territorial e as articulações em
rede desses coletivos, entendidas como "redes criativas". A análise de conteúdo focou
nas categorias de organização coletiva, território e articulações e artivismos. A tese
identifica uma forte presença de atividades voltadas à criação de espaços de encontro,
performances artísticas e a fusão de linguagens artísticas, promovendo discursos
subversivos e interseccionais que destacam a valorização das diferenças além das
questões de gênero e sexualidade, incluindo raça e classe. Observou-se uma
predominância na criação de espaços e eventos nômades, performances e um
hibridismo de linguagens artísticas, com uma abordagem subversiva e interseccional
que valoriza as diferenças além das dissidências sexuais e de gênero, incorporando
marcadores de raça, classe e outros. O artivismo “sapatão” é apresentado como uma
ferramenta poderosa para a transformação social, desafiando as normas sociais
dominantes e promovendo a inclusão e a diversidade. A pesquisa também aborda a
decolonialidade, desafiando as narrativas eurocêntricas e coloniais que moldam as
noções de sexualidade. Ao documentar a história e as lutas dos coletivos "sapatão" em
Recife, a tese busca não apenas preservar a memória coletiva, mas também inspirar
futuras gerações de ativistas.