A INTELECTUALIDADE AFRICANA E AS FORMAS DE RESISTÊNCIA E PARTICIPAÇÃO NAS LUTAS DE LIBERTAÇÃO COLONIAL EM MOÇAMBIQUE: (1950-75)
Moçambique; História da África; luta de libertação; trajetórias desviantes; memórias subterrâneas.
Tendo em vista a intensificação dos debates, nas últimas duas décadas, acerca do uso da memória e das contradições históricas presentes na historiografia elaborada pela Frelimo, bem como a efervescência de publicações autobiográficas e biográficas, o presente trabalho buscou tecer um debate a respeito do controle do imaginário social realizado pelo partido e das contradições entre a narrativa histórica oficial e as possibilidades de reinterpretar a história do país a partir dos testemunhos de outros moçambicanos. Nesse sentido, os objetivos centrais, até o momento, desta tese se concentravam em realizar um estudo a respeito dos intelectuais que fizeram parta da luta de libertação, mas que, todavia, não foram incluídos nas narrativas oficiais, apontar os mecanismos de controle da memória coletiva por parte da Frelimo e, por fim, apontar a importância das produções (auto)biográficas e dos testemunhos, de indivíduos que participaram do processo revolucionário, enquanto lugares de reinterpretação da história recente do pais. Até então, as bases documentais utilizadas para compor o trabalho de tese foram os acervos da Fundação Mário Soares, do Diário Oficial de Portugal, da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e alguns depoimentos de ex-participantes da luta de libertação. Sendo assim, os estudos realizados visaram possibilitar uma ampliação do conhecimento acerca das problemáticas em torno da histórica oficial de Moçambique que foi escrita no pós-independência pela Frelimo, bem como, trazer nuances de um horizonte frutífero para contribuir na contraposição às hegemonias narrativas postas desde a emancipação de Moçambique.
Palavras-chaves: Moçambique; História da África; luta de libertação; trajetórias desviantes; memórias subterrâneas.