Cidades; Museus. Campina Grande; Identidades; Campinismo
A presente pesquisa analisa memórias e imagens que se construiu sobre Campina Grande, cidade localizada no agreste paraibano. Buscamos aqui entender o discurso da Campina como Grande construído a partir dos anseios de suas elites locais. Na tentativa de compreender construção e manutenção de identidades, sobretudo daquela conhecida por Campinismo, definimos como principal objeto de análise o Museu Digital de Campina Grande, pertencente ao Sistema Social da Industria (SESI), de onde advém as nossas fontes, tendo como eixo temporal o tempo presente, posto que a inauguração do museu é datada do ano de 2017, mas utilizando da metáfora das escadas rolantes de Williams (1972), percorremos épocas diferentes, mapeando as incidências desses discursos de grandeza, elementos que o sustentam bem como aqueles que destoam dele e geram contradições ao longo de sua história. Inserida na perspectiva da Nova História Cultural, na interface entre a discussão de memórias, museus e cidades, representações, identidades, imaginários, sensibilidades (Chartier, 1990; Pesavento, 2005), mas também dialoga com outros autores provenientes tanto da história quanto de outras áreas da Ciências Humanas e Sociais (Candau, 2014; Poulot, 2013; Foucault, 1987), enquadra-se na linha de pesquisa Cultura, Patrimônio e Memória que preza pelos estudos da memória social como produtora de significados e identidades. Para leitura das fontes amparamo-nos, pois na hermenêutica Ricouer (1997), enquanto uma teoria das operações da compreensão. A tese está dividida da seguinte forma: Na Introdução discutimos aspectos teóricos metodológicos, em um segundo momento, intitulado “A invenção da cidade da grandeza: expressões de uma identidade campinense na historiografia local”, fizemos um apanhado historiográfico da cidade realizando uma revisão crítica. No próximo capítulo “O Museu Digital de Campina Grande: projeto expográfico e memorial sobre a cidade”, exploramos as condições que possibilitaram não só a instalação do Museu digital, mas os esforços na consolidação de uma city tech. No último capítulo intitulado “O campinismo no Museu Sesi Digital de Campina Grande ”, é analisando detalhadamente a exposição inaugural, acreditando que esse espaço é uma síntese da memória e identidade da grandeza da cidade.