AS TRILHAS VERMELHAS DO DESCAMINHO: O CONTRABANDO DE PAU-BRASIL EM PERNAMBUCO c.1780 - c.1795
Contrabando; Pernambuco; Pau-brasil.
João Batista da Silva e Antônio Vicente, dois indivíduos não relacionados que em momentos diferentes cometeram o mesmo crime, o comércio ilegal do pau-brasil das capitanias do norte. Durante a maior parte do século XVIII o comércio do pau-brasil de Pernambuco – que foi alvo dos contrabandistas – era de exclusividade de uma sociedade britânica que possuía o contrato de consumo daquela madeira. Com o monopólio da Coroa portuguesa sobre a exploração do pau-brasil estabelecido desde o início da colonização pelo lucro potencial que apresentava, para cortar custos e impedir o descaminho, o governo português estabeleceu o arrendamento do mesmo. No qual tanto a extração como o comércio na Europa eram regidos por contratos, o que significa que as práticas realizadas fora desses contratos compunham contrabando. Neste trabalho estudaremos o que a historiografia fala sobre o que era o contrabando no Brasil no período colonial, e através de documentos do século XVIII sobre os crimes de João Batista da Silva e Antônio Vicente, buscaremos compreender o funcionamento das redes e o papel socioeconômico desenvolvido por tal prática.