CIRCUITOS POLÍTICOS ENTRE A MONARQUIA E A ETNIA: RESISTÊNCIAS INDÍGENAS EM PERNAMBUCO (c. 1694 –c. 1721)
Aldeia de Santo Amaro; Resistência Indígena; Territorialização.
Esta pesquisa procurou analisar as estratégias utilizadas por indígenas para resistir aos malogros impostos por Catharina de Araújo e sua família, moradores ricos da região das Alagoas, na tentativa de usurpar a meia légua de terra de sua aldeia para colocar currais de gado e plantações de tabaco, deixando os indígenas famintos. Foi o que relatou o Padre Frei Manoel da Encarnação no ano de 1699 em carta e memorial enviada ao rei de Portugal, forma encontrada por eles para lutarem pelas terras da aldeia. Ao longo desse estudo foi constatado os serviços prestados pelos indígenas na defesa do território em aproximadamente cem anos de existência da aldeia, em especial, no combate aos negros refugiados nos quilombos dos Palmares nos sertões da capitania pernambucana. A perspectiva adotada foge da polaridade dos índios que refugiam nos sertões ou daqueles que vivem entre os colonizadores sem vínculos com seu passado, tendo como objetivo demonstrá-los como indígenas coloniais, cristianizados e com vínculos econômicos dentro da sociedade colonial, utilizando as ideias de política, território e cultura lusitana para reafirmar sua pertença étnica. Para a efetivação da pesquisa, o diálogo entre os manuscritos coloniais disponíveis digitalmente no Arquivo Histórico Ultramarino, Arquivo Nacional da Torre do Tombo ou disponíveis através da plataforma Documenta Palmares configurou-se como fundamental.