ENTRE O MUSEU NACIONAL E O IPHAN: A PROBLEMÁTICA DA CLASSIFICAÇÃO E DA PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO NO BRASIL (1937-1961)
Patrimônio arqueológico, IPHAN, Museu Nacional
A presente tese tem por objetivo analisar o início da preservação institucionalizada do patrimônio arqueológico brasileiro por meio da relação do IPHAN com o Museu Nacional e como isso influenciou na criação da principal lei de preservação dos monumentos arqueológicos brasileiros, a lei Nº 3.924, de 26 de julho de 1961. A tese tem como principal referencial teórico a perspectiva proposta por Pierre Bourdieu de campo científico, capital científico e autoridade científica, bem como suas noções acerca da ciência e do campo no geral, que foram fundamentais para compreender mais do que a relação entre duas instituições - Museu Nacional e SPHAN - mas também a atuação dos agentes que estavam delimitando fronteiras entre o campo científico e patrimonial em cada uma dessas instituições. Partindo da problemática que no campo científico que girava em torno do patrimônio arqueológico, havia o poder do aval do SPHAN, comumente ligado à capacidade técnica dos arquitetos, que estava em confronto com a autoridade científica dos que formavam o campo da arqueologia do Museu Nacional, era uma luta concorrencial que resultaria no protagonismo ou não do patrimônio arqueológico brasileiro nesses primeiros anos do SPHAN.