Banca de QUALIFICAÇÃO: AILTON DA COSTA SILVA JÚNIOR

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : AILTON DA COSTA SILVA JÚNIOR
DATA : 08/04/2022
HORA: 15:00
LOCAL: virtual
TÍTULO:

CINEMA NOVO, MEMÓRIA E IDENTIDADE BRASILEIRA: O TRÂMITE SIMBÓLICO ENTRE O URBANIZADO DA FAVELA E O RURAL DA CAATINGA REPRESENTADOS NOS FILMES RIO, 40 GRAUS (1955) E VIDAS SECAS (1963)


PALAVRAS-CHAVES:

Cinema Novo. Memória. Identidade brasileira. Rio, 40 Graus. Vidas Secas


PÁGINAS: 207
RESUMO:

A presente pesquisa pretende investigar a relação entre a produção cinematográfica cinemanovista e a identidade brasileira por meio da análise dos tipos sociais e espaços ressaltados em dois filmes pertencentes ao movimento: Rio, 40 Graus (1955) e Vidas Secas (1963), sendo ambas realizações do cineasta paulistano Nelson Pereira dos Santos. O trabalho procura compreender a dicotomia cultural que opõe as duas regiões: Sudeste e Nordeste, o urbanizado e o rural, na busca por uma definição da cultura nacional de uma época, através da análise cinematográfica (semiótica) e da história e memória. Questiona, também, como os filmes traduzem, em parte, estes espaços permitindo reconhecer uma identidade cultural. O período sobre o qual nos debruçaremos durante a pesquisa diz respeito a dois momentos históricos do Cinema Novo, que são exatamente os anos de 1955, onde temos o lançamento do longa-metragem Rio, 40 Graus, e de 1963, que foi a data do lançamento de Vidas Secas. As matrizes teóricas selecionadas para este trabalho situam-se nos campos de análise da Nova História, e, sobretudo, nos métodos que propõem um estudo do filme como documento histórico de sua época (FERRO, 1971), buscando ainda ressaltar, através da memória social, a relação direta que o Cinema Novo carrega com a identidade nacional (Jacques Le Goff, 1990; Joël Candau, 2011), desenvolvendo, assim, uma reflexão alargada do cinema brasileiro e do desenvolvimento estético cinematográfico da década de 1950/1960 (Alex Viany, 1959; Paulo Emílio Gomes, 1986; Jean-Claude Bernardet, 1977; Ismail Xavier, 1993). Acerca do conceito de identidade e história cultural balizamo-nos sobre as teorias de David Harvey (1979) e Stuart Hall (1992) e Sandra Jatahy Pesavento (2003). Os cenários explorados na pesquisa são a favela carioca, que surge em meio à metrópole no Rio de Janeiro, e a caatinga nordestina, situada no interior Alagoano, espaços físicos contrastantes que serviram de palco para o desenvolvimento das duas produções com suas particularidades sociais e culturais. Partimos do aporte teórico existente nos estudos sobre o cinema e a arte em Marc Ferro (1976), categorizando o filme como documento expressivo no que tange à investigação historiográfica; Christian Metz (1977) e Marcel Martin (2005), que nos permitem acessar a conceitualização teórica fílmica; a interpretação do espaço urbano e rural sob a luz de Raymond Williams (1989), Raquel Ronilk (1995), Milton Santos (1997), Henri Lefebvre (2006), Anne Cauquelin (2007); e da narrativa audiovisual sob a perspectiva de Mikhail Bakhtin (1998) e Michel Foucault (2015). A memória física de tais espaços está diretamente associada à memória viva, que são os diferentes tipos sociais dispostos no universo de cada longa-metragem tratado, permitindo uma reflexão sobre a instituição cultural e social da região nordeste e sudeste. Para tanto, consideramos a narrativa fílmica como uma importante fonte no processo de reconhecimento e compreensão do espaço e suas múltiplas variantes históricas e culturais. Por meio de nosso trabalho será possível determinar o processo de amadurecimento da produção audiovisual brasileira desde seus primórdios, e como se deu a evolução estética cinemanovista, que redesenhou limites e signos expressivos, os quais se confundiam com a cultura brasileira do final da década de 1950 e início da década de 1960, demonstrando o brasileiro e sua brasilidade em diferentes contextos.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2204053 - NATANAEL DUARTE DE AZEVEDO
Interna - 1554095 - MARIANA ZERBONE ALVES DE ALBUQUERQUE
Interna - 615.927.223-34 - EMANUELA SOUSA RIBEIRO - UFPE
Externo à Instituição - ALEXANDRE FIGUEIRÔA FERREIRA - UNICAP
Externo à Instituição - LUIZ ANTONIO MOUSINHO MAGALHÃES - UFPB
Notícia cadastrada em: 29/03/2022 13:05
SIGAA | Secretaria de Tecnologias Digitais (STD) - https://servicosdigitais.ufrpe.br/help | Copyright © 2006-2025 - UFRN - producao-jboss09.producao-jboss09