Entre a vida e a morte: proprietários de escravizados e cativos nos registros paroquiais de batismos e óbitos, Recife (1822-1840)
Escravidão; Recife Oitocentista; Registros paroquiais.
A historiografia a respeito da escravidão negra no Brasil possui larga tradição e é um dos campos de destaque nas pesquisas nacionais. Inúmeras páginas já foram escritas por pesquisadores que se debruçaram sobre o tema para tentar elucidar aspectos dessa terrível instituição que foi responsável, através do comércio transatlântico de cativos, pelo brutal sequestro de milhões de africanos. Apesar da grande quantidade de trabalhos sobre o tema, os indivíduos que estavam ligados ao comércio de gente e à utilização da mão de obra cativa, buscaram, com o passar do tempo, esconder seu envolvimento nesse odioso comércio que alimentava a terrível instituição escravista. Como uma forma de tentar contornar esse encobrimento, as fontes paroquiais surgem como um corpo de documentos que possuem dados e nomes de indivíduos que estavam ativos nessa prática e que ao batizar e enterrar seus cativos, deixavam seus rastros. Além disso, essas fontes também apresentam informações sobre os escravizados que são sepultados. Desse modo, através do levantamento e análise dos dados desses batismos e sepultamentos, esse trabalho busca compreender quem poderiam ser esses indivíduos que enterravam e eram enterrados