Entre consagrações e exclusões: trajetórias das patrimonializações da arquitetura neogótica em Pernambuco no século XX
Patrimonialização; Campo; Valores; Arquitetura Neogótica
A pesquisa se propõe a defender a tese de que a patrimonialização deve ser percebida como um campo social e historicamente definido, partindo da perspectiva sociológica de Pierre Bourdieu. A patrimonialização, portanto, se constituiria enquanto um campo marcado por uma economia de valores específica, que tanto consagra quanto exclui bens culturais a serem tomados como patrimônio numa coletividade. Para defender esse postulado, foi pesquisado o lugar da arquitetura neogótica em Pernambuco dentro desta economia de valores do campo da patrimonialização ao longo do século XX, buscando acompanhar as mudanças e permanências na configuração deste campo, atentando-se aos agentes, habitus, doxas e valores envolvidos, sem perder de vista tanto os discursos e práticas de consagração, quanto os de exclusão. Para tanto, foi analisada uma diversidade de fontes documentais associadas aos múltiplos agentes envolvidos neste microcosmo social: instituições de Estado, associações privadas e indivíduos da sociedade civil.