A ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE QUÍMICA: ANÁLISE DE UM PROCESSO FORMATIVO COM LICENCIANDOS EM QUÍMICA
Alfabetização Científica. Formação inicial. Professores de química.
A alfabetização científica (AC) é um termo que vem sendo amplamente utilizado para definir um dos objetivos da educação em ciências relacionado à capacidade de compreensão científica e utilização da ciência aplicada aos desafios da atualidade. Seu uso tem início nos séculos XIX e XX, quando o autor Paul Hurd (1958) insere o termo em seu livro “Science Literacy: Its Meaning for American Schools”. A necessidade de inserir esse conceito surge das mudanças que ocorreram com o desenvolvimento científico e tecnológico do século XX, que requerem conceitos básicos para que a sociedade como um todo possa acompanhar esse desenvolvimento, e com isso, proporcionar a ascensão, tanto social como cultural, indispensável às pessoas do século XXI. A AC surge na didática do ensino de ciências como uma oportunidade de integrar a linguagem cientifica aos acontecimentos cotidianos, conectando lógica, escrita e leitura. No entanto, a inclusão de abordagens que promovam a AC no ensino superior, mais especificamente, na formação inicial de professores de Química, ainda é escassa. Nesse contexto, conduzimos esse estudo com o objetivo de analisar contribuições e limitações de um processo formativo para professores de Química em formação inicial no desenvolvimento da AC deles. Do ponto de vista metodológico, esta pesquisa assume uma abordagem qualitativa dos dados, foi desenvolvida em uma Instituição de Ensino Superior do Estado da Paraíba, contou com a participação de 5 licenciandos em Química no contexto de um processo formativo desenvolvido nos moldes de um curso de extensão, e seguiu as seguintes etapas metodológicas: revisão da literatura; planejamento do processo formativo; desenvolvimento do processo formativo; organização e análise dos dados. O processo formativo contou com 10 encontros, os quais estavam divididos em três módulos, sendo que o primeiro módulo possui 3 encontros, o segundo módulo possui três encontros e o terceiro módulo possui quatro encontros, totalizando dez encontros, de três horas cada. Os encontros presenciais e remotos foram gravados e o processo e produtos das atividades desenvolvidas constituíram parte dos dados analisados, assim como anotações realizadas pelos alunos, desenvolvimento e defesa de projetos voltados para a AC e questionário autoavaliativo. Para a análise, foram utilizados os níveis de AC de Bybee e observados os níveis que os alunos atingiram em relação a compreensão e evolução da AC em cada módulo. A partir da aplicação desse processo formativo, foi possível determinar que essas atividades, associadas aos conhecimentos pré-existentes dos alunos, possibilitaram uma nova perspectiva dos alunos acerca da AC, assim como a compreensão e reflexão de como a mesma é importante e deve ser utilizada como base para elaboração de concepções e organização de conhecimentos tanto no ensino superior quanto na educação básica.