Banca de DEFESA: RAFAEL ALDO DOS SANTOS FERREIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : RAFAEL ALDO DOS SANTOS FERREIRA
DATA : 29/02/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Google Meet
TÍTULO:

CIÊNCIA AFRICANA E O ENSINO DE TERMOQUÍMICA: Forjando Caminhos Decoloniais com Conteúdos Cordiais para uma Educação Antirracista


PALAVRAS-CHAVES:

Decolonialidade; Conteúdos Cordiais; Termoquímica; Lei nº 10.639/2003; Metalurgia Africana.


PÁGINAS: 301
RESUMO:

A partir de indagações acerca da relação entre questões raciais e o ensino de Termoquímica, o objetivo da presente pesquisa foi analisar as contribuições da discussão de conhecimentos metalúrgicos africanos a partir da abordagem cordial e por meio de uma perspectiva decolonial para os processos de Ensino e Aprendizagem de Química. As/os atrizes e atores sociais colaboradoras/es da investigação foram 26 educandas/os de uma turma do 2º ano do Ensino Médio de uma Escola de Referência em Ensino Médio, localizada no bairro da Macaxeira, na cidade do Recife. Considerando o teor qualitativo de nossa pesquisa bem como os apontamentos da Lei nº 10.639/2003 e de seus documentos oficiais correlatos, como suporte de nossa trilha metodológica, adotamos a Oficina Pedagógica, baseada em Oliveira e Queiroz (2018), configurada em três etapas: Sensibilização, Aprofundamento e Compromisso. Na primeira etapa, foram fornecidas a cada estudante uma Ficha de Elemento Artístico, para a elaboração de um desenho sobre noções africanas e afro-brasileiras, e uma Ficha Textual, para a produção de um pequeno texto articulando as ideias constitutivas do desenho produzido. Logo após, foram socializadas 5 notícias, uma para cada grupo, envolvendo o racismo e sua incidência na vida de pessoas negras, com posterior discussão com o intuito de promover a indignação das/dos estudantes. Na segunda etapa, realizamos uma aula expositivo-dialogada articulando os princípios empregados na mineração e na metalurgia africanas pré-coloniais. Foram discutidas as diferenças sobre a relação entre os processos de extração, fundição e forja de materiais ferrosos entre as comunidades africanas e as populações ocidentais. “Calor”, “temperatura”, “processos físicos e químicos”, “alotropia”, “combustão”, “entalpia”, “processos endotérmicos e exotérmicos” foram os principais conceitos desenvolvidos durante esta etapa, em associação com algumas equações termoquímicas. Por fim, a terceira etapa foi mobilizada a partir da recepção de uma Ficha Síntese, na qual questões-guias foram respondidas pelas/os atrizes e atores sociais, além de uma última discussão para identificação dos aspectos mais importantes para cada educanda/o. Em todas as etapas, as discussões foram gravadas em formato de áudio e em seguida transcritas para posterior análise, procedimento no qual recorremos a categorias emergentes, elaboradas a partir dos comentários das/dos educandas/os em cada momento da Oficina Pedagógica, com base nos instrumentos utilizados e das discussões realizadas. Para análise dos dados, utilizamos os princípios dos Conteúdos Cordiais, os fundamentos teóricos dos Estudos Decoloniais bem como da Termoquímica e da Metalurgia Africana. Observamos que as/os participantes foram capazes de identificar preconceitos operados em todos os contextos discutidos, denunciando procedimentos moderno/coloniais de produção de sentido e anunciando atitudes comprometidas com o reforço de um “ethos” dialógico. Em relação à compreensão de conceitos termoquímicos, os resultados apontaram uma relativa convergência entre as noções das/dos estudantes e as definições consolidadas na literatura. Estes desdobramentos ressaltam a importância da inserção de elementos históricos e sociológicos para uma (Re)Educação para as Relações Étnico-Raciais no Ensino de Química. Assim sendo, a partir dos direcionamentos inferidos pela Lei n. 10.639/2003 e demais instrumentos político-institucionais explanados nesta investigação, concebemos que a metalurgia africana em diálogo com a Termoquímica pode proporcionar condições para a decolonização e o fomento gradual de um imaginário positivo que permita o enaltecimento das histórias e da diversidade cultural da África.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - JOSE EUZEBIO SIMOES NETO
Interna - MONICA LOPES FOLENA ARAUJO
Externo à Instituição - JOAKLEBIO ALVES DA SILVA - UFPB
Externo à Instituição - JULIANO SOARES PINHEIRO - UFU
Notícia cadastrada em: 20/02/2024 08:10
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