O futuro na encruzilhada
Utopia, Distopia, Racismo, Autoria Feminina.
Pensar a cidade, para além do presentismo, é elucubrar, primordialmente, sobre o futuro das comunidades, das sociedades e dos grupos sociais que nela habitam. Essa reflexão é, também, pródiga em traçar uma perspectiva sobre que tipo de cidade queremos pensar e construir para o futuro. O presente texto tem como premissa trazer reflexões iniciais sobre como a imaginação de cidades utópicas/distópicas podem, amplamente, contribuir para a construção de uma urbe cada vez mais inclusiva, que contribua com a emancipação dos seus cidadãos, com o acesso à direitos e, principalmente, com o fim do racismo ou, de forma mais ousada, refundar a modernidade para além das amarras da presunção de que existem pessoas que valem mais ou menos diante de outras. Para a construção dessa leitura de cidade é preciso uma compreensão dela para além de sua própria espacialidade de forma a entender o espaço urbano como uma “persona” que pode contribuir, sobremaneira, na forma como nós estamos inseridos nela. Assim, essa pesquisa tem a premissa de analisar a forma como a paisagem e o espaço urbano estão inseridos e demonstrados na duologia “Brasil 2408”, da carioca Lucien Marcelino Ernesto, conhecida como Lu Ain-Zaila, e nas obras a “A parábola do semeador” e “A parábola dos talentos”, da estadunidense Octavia Butler. Refletindo como a imaginação de um futuro pode contribuir com um projeto efetivamente emancipatório.