Banca de QUALIFICAÇÃO: GABRIELLY KÉSSIA DE BRITO NEGROMONTE

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GABRIELLY KÉSSIA DE BRITO NEGROMONTE
DATA : 06/08/2024
HORA: 10:00
LOCAL: MODO VIRTUAL
TÍTULO:

A condição feminina na sociedade brasileira do entresséculos sob a ótica de

Júlia Lopes de Almeida


PALAVRAS-CHAVES:

Júlia Lopes de Almeida; contos; condição feminina.


PÁGINAS: 114
RESUMO:

Júlia Lopes de Almeida (1862-1934) foi uma importante escritora brasileira que
participou ativamente do cenário intelectual e literário brasileiro, em fins do século
XIX e início do século XX. Com uma vasta obra, amplamente publicada em sua
época, a literata foi, paulatinamente, invisibilizada pela crítica falocêntrica após sua
morte, não sendo encontrada nas nossas historiografias literárias. A crítica literária
feminista, no entanto, tem recuperado esta e outras autoras, trazendo à luz esses
nomes apagados da nossa literatura. A maioria das obras ficcionais de Júlia Lopes
costumam ter personagens femininas como protagonistas, a partir das quais se pode
vislumbrar a condição de vida das diversas mulheres daquele período – por um
ponto de vista questionador, como pretendemos ilustrar. Tendo isso em vista, este
trabalho tomou como recorte para objeto de estudo seis contos da coletânea Ânsia
Eterna, livro originalmente publicado em 1903 – “Esperando”, “In extremis”, “Os
porcos”, “Sob as estrelas”, “O caso de Rute” e “As rosas” –, a partir dos quais
buscaremos observar a visão da ficcionista acerca dos três temas trabalhados por
ela nessas narrativas: casamento burguês, abandono de mulheres mestiças e
violência contra mulheres. Com base nisso, a nossa pesquisa se propõe a investigar
como, através das referidas tramas, é traçada uma problemática das mulheres, de
modo a evidenciar a posição crítica de Almeida quanto à condição feminina na
sociedade brasileira do fin-de-siècle. Para isso, focalizamos a caracterização e as
vivências das personagens femininas, bem como os recursos e as estratégias
narrativas na apresentação do enredo, atentando para as mensagens subliminares e
para algumas rupturas sinalizadas. Em nossas discussões, apoiamo-nos nas
contribuições teóricas de Beauvoir (1967, 1970), Perrot (1991, 2003, 2005), Del
Priore (2020), Telles (1992, 2004), Muzart (1990, 1995, 1996, 2014), De Luca
(1997), dentre outras autoras e autores. O estudo é de natureza básica, abordagem
qualitativa e, quanto aos procedimentos metodológicos, foi feita uma revisão
bibliográfica. Ao fim, nossa proposta é revelar, a partir dos contos estudados, que a
escritora desnuda e coloca em xeque os mecanismos de dominação patriarcal
responsáveis por subjugar e oprimir o “segundo sexo”. A literata, portanto, longe de
reforçar as tradições, como afirmam alguns pesquisadores, criticou-as sutilmente,
com habilidade e argúcia, pois confrontar diretamente aquela sociedade
androcêntrica oitocentista poderia lhe custar a fama e o sucesso que obteve entre
seus/suas contemporâneos/contemporâneas.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - FABIO MARIO DA SILVA
Interno - NATANAEL DUARTE DE AZEVEDO
Externa à Instituição - SIMONE CRISTINA MENDONÇA - UNIFESSPA
Notícia cadastrada em: 27/06/2024 20:43
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