Banca de DEFESA: NAI MONTEIRO DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : NAI MONTEIRO DA SILVA
DATA : 31/05/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Universidade Federal Rural de Pernambuco
TÍTULO:

Entre bicharias e os discursos sobre masculinidades dissidentes no aplicativo Grindr


PALAVRAS-CHAVES:

Masculinidades dissidentes; Referenciação; Linguística Aplicada (Trans)viada; Bicharias; Grindr.


PÁGINAS: 80
RESUMO:

O presente trabalho tem por objetivo investigar o critério textual da referenciação em perfis que tratam de masculinidades dissidentes no aplicativo de pegação Grindr. A fim de construir um debate interdisciplinar a respeito do tema em foco, duas vertentes teóricas subsidiam este estudo: Linguística Textual (CAVALCANTE; BRITO, 2022; CAVALCANTE; MARTINS, 2020; CUSTÓDIO FILHO, 2011) e Linguística Aplicada (Trans)viada, sendo esta uma proposição minha no sentido do diálogo entre autorxs da Linguística Aplicada (MOITA LOPES, 2022; FABRÍCIO, 2006; RAJAGOPALAN, 2006) e do que tenho denominado Teorias (Trans)viadas ligadas a gênero e à sexualidade (BAGAGLI, 2013; BORBA, 2020; SANTOS FILHO, 2021; VERGUEIRO, 2020). De natureza qualitativa e interpretativa, a análise realizada é composta por 50 prints, coletados entre os anos de 2019 e 2022, de perfis de usuários do aplicativo Grindr, uma plataforma digital cuja finalidade é o relacionamento sexual e/ou afetivo principalmente entre homens que se relacionam com outros homens. Já os objetivos específicos são, respectivamente, a) identificar quais referentes e redes referenciais são mais recorrentes nos perfis analisados; b) comparar as redes referenciais de perfis que tratam de referentes em comum; c) reconhecer possíveis efeitos de sentido provenientes dos recursos linguísticos utilizados na representação de masculinidades dissidentes. Em termos de resultados, foi possível observar que referentes ligados a gays afeminadas são continuamente introduzidos e retomados por meio de recategorizações depreciativas, de modo a deslegitimar suas masculinidades como se fossem insuficientes, com base em categorias como estereótipo, pressuposto e negação, dentro do que é socialmente compreendido como “ser homem”. Soma-se a isso o fato de que os referentes afeminado, gordo e velho são os mais abjetificados, respectivamente, dentro da construção dos perfis. Por outro lado, referentes relacionados às expressões como “machos” e “sigilosos” são construídos e requeridos como modo de validar performances avaliadas como naturais e adequadas. É possível concluir, portanto, a necessidade de horizontalizar as noções de gênero e sexualidade de modo a superar a verticalização que ratifica algumas performances como corretas ao passo que invalidam e abjetificam outras vistas como inferiores por não reproduzirem determinados padrões. Além disso, é importante compreender os mecanismos linguísticos da afeminofobia, a fim de desmantelar e subverter discursos de natureza preconceituosa.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - IRAN FERREIRA DE MELO
Interno - NATANAEL DUARTE DE AZEVEDO
Externo à Instituição - ISMAR INÁCIO DOS SANTOS FILHO - UFAL
Notícia cadastrada em: 27/05/2024 14:22
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